China Afirma a Sua Posição

Em toda a América Latina e Caribe (ALC), empréstimos e investimentos vindos da República Popular da China tem financiado uma gama impressionante de projetos de infraestrutura, energia e mineração. Os projetos de energia incluem petróleo, gás, geração e transmissão de energia elétrica, energia renovável e minerais estratégicos. Somando um valor de mais de US$58 bilhões entre 2000 e 2019, esses fundos foram fornecidos por bancos e empresas estatais da China, pela Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR) ou Nova Rota da Seda, um programa de investimento internacional de longo prazo. As empresas privadas chinesas, que muitas vezes recebem apoio financeiro do governo, forneceram fundos adicionais. Além dos registros financeiros disponíveis ao público, o governo chinês provavelmente forneceu quantias desconhecidas em financiamento não oficial, para a região. A China é uma peça importante na energia da ALC. De acordo com a base de dados de Financiamento de Energia Global da China da Universidade de Boston, entre 2000 e 2019, o país dedicou US$58,4 bilhões para o setor energético da ALC. Do total, 83% foram para projetos de petróleo e gás natural, 12,8% para hidrelétricas, 2,2% para energia solar, 1,5% para “Indeterminado” e menos de 1% para carvão, energia eólica e biomassa, combinados. Os projetos de energia da ICR fizeram parte do total entre 2017 e 2019, com 56% dos gastos da ICR indo para petróleo e gás e 39% para fontes renováveis.

Mas existem riscos potenciais. O impacto de longo prazo do financiamento do governo chinês para as nações latino-americanas está longe de ser transparente. Qual é o custo real da dívida criada pelos projetos de energia em toda a região e quais as resultantes questões sociais, trabalhistas, ambientais e de governança? Os níveis reais da dívida são desconhecidos, já que a China muitas vezes não revela os detalhes de seus acordos de financiamento. A China normalmente exige que os projetos que recebem financiamento chinês comprem exclusivamente materiais e equipamentos feitos na China, usem serviços profissionais e funcionários chineses, criando atrito com os fabricantes e trabalhadores regionais. A superpotência asiática tem tido um grande sucesso na expansão da sua presença nos setores de energia, mineração, comercio, entre outros, na ALC fornecendo uma grande quantidade de empréstimos bonificados, investimentos e outros tipos de financiamento através dos seus bancos estatais, da gigantesca Iniciativa Cinturão e Rota (IC R ) e de empresas chinesas, tanto privadas como estatais. Também fornece aos países desta região algumas das tecnologias mais avançadas do mundo (como sistemas de energia solar e eólica) a preços altamente competitivos. Os créditos e investimentos chineses são geralmente bem recebidos como alternativa às fontes de financiamento privado ou para preencher lacunas orçamentais. Eles foram particularmente bem vindos

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