China Afirma a Sua Posição

Conclusão Os investimentos e empréstimos chineses à ALC devem continuar crescendo, independente de uma maior cooperação dos países da região com os EUA. Mesmo antes da crise econômica de 2020, as necessidades orçamentais dos países eram demasiado grandes para evitar a subscrição fiscal chinesa. Os investimentos chineses em energia na ALC caíram acentuadamente entre 2017-2020, exceto em energias renováveis, transmissão de energia elétrica e mineração de lítio. Isso não foi porque Pequim ficou sem dinheiro. O mais provável é que a China esteja buscando com mais cuidado, projetos de investimento sólidos e decidindo quais países se sentem desconfortáveis com os grandes investimentos chineses em setores sensíveis, bem como com seu histórico ruim em questões ambientais e trabalhistas. Por exemplo, os recentes investimentos chineses na mineração de lítio no México e em sistemas de transmissão de energia no Chile geraram esforços legislativos com o objetivo de impedir que estrangeiros e empresas privadas (neste caso, a China) tivessem o controle de setores essenciais. Pequim também pode estar esperando para ver que papel o governo Biden irá adotar na região.

A recuperação econômica na ALC será de extrema importância, pois a região emerge dos graves danos causados pela COVID-19. Na verdade, a ALC necessitará que a China, os Estados Unidos e a UE aprofundem seu comércio, investimentos e atividades econômicas para impulsionar a recuperação regional. Como tem acontecido há muitos anos, a China continuará sendo um mercado-chave para commodities da ALC e fornecerá amplo acesso a crédito, especialmente para países com economias bem administradas. Com a recuperação econômica da China já em andamento, as importações de matérias- primas, produtos agrícolas e minerais estratégicos da ALC irão crescer. Além disso, as exportações chinesas de tecnologias verdes devem se expandir à medida que os países da ALC se movimentem para descarbonizar e usar energia limpa como ferramenta de recuperação econômica. A capacidade da China de influenciar as políticas domésticas permanece limitada a alguns países vulneráveis. No entanto, mesmo a vulnerabilidade pode ser superada por meio de mudanças na política doméstica. Consequentemente, os EUA têm a oportunidade de enfatizar os domínios da política em que continua a ter uma vantagem sobre a China. Estes incluem: defender instituições democráticas, onde os cidadãos têm o poder de votar contra políticas ruins; luta contra as mudanças climáticas; encorajar os

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